In-Lê-In-lá, lá lá, ê, In-Lê-In-lá, Oilá
In-Lê-In-lá, lá lá, ê, In-Lê-In-lá
Os candomblés estão batendo / foguetes explodem no ar
Em louvor à Menininha / senhora, mãe e rainha do Gantois
Pelo seu aniversário / de cinqüentenário de Ialorixá
Ôôô, Ôôôôôôô / salve Mamãe Oxum / salve meu Pai Xangô
Cinquentenário de batalha / cinquentenário de fé
Desde quando recebeu / os poderes de Maria dos Prazeres Nazaré
Sua vidência se alastrou / iaô iaô iaô
Sacerdotisa de uma raça / rainha de uma nação
Na luta em defesa dos descrentes / ela sempre estendeu suas mãos
Hoje os candomblés estão batendo / ao seu nome venerar
Iyami Modijubá / salve o seu axé, seu candomblé, no Alto do Gantois
In-Lê-In-lá, lá lá, ê, In-Lê-In-lá, Oilá
In-Lê-In-lá, lá lá, ê, In-Lê-In-lá, Oilá
Vou me embora / que o rei mandou me chamar
Vou pelas nuvens voando / vou pelas ondas do mar
Vou pelas pedras andando / antes do tempo mudar, eu vou
No palco da vida não entram os humildes / acende-se a lua pro sol apagar
O vento me leva, o caminho divide / a força me chega pra me acovardar
De carruagem vou passear / ao som das harpas, as valsas eu vou bailar
E a vida do meu sonho encontrarei / no reino encantado, pois sou amigo do rei
Sou o menor dos pequeninos / o mais pobre dos plebeus
O alheio inquilino / o mais baixo pigmeu
O comum do singular / o último dos derradeiros
Viandante e pelegrino / o mais manso dos cordeiros
Eu sou maior / em lampejos de brandura
Da angélica candura / dos mistérios do amor
Sou bem maior / que os pinheirais de humildade
Pelos campos da bondade / eu sou a felicidade
Minha madrugada / diga à alvorada / que ela ainda não voltou
E também diga ao sereno / que você me viu cantando
Quando o dia clareou
Depois de tantos desenganos / eu resolvi modificar
E consegui mudar meus planos / mandando a tristeza se mandar
Comprei até uma viola / pra fazer um samba todo meu
Cheio de sorrisos e alegria / e tranquilo como a brisa
Da manhã de um novo dia
Bereketê, Bereketê, uá / sienalô virgem iná / Bereketê babá
Meu coração ferido / sofrendo coitado / no mundo perdido
Quando o amor é forte faz sofrer / a solidão faz questão de me matar
O meu coração está ferido, está doente / e eu descrente, na esperança de sarar, Bereketê
Já fiz as flores, meu velho / as velas vou acender
Já comprei as rosas brancas / pra mais tarde agradecer
Pra que a chama vire cinzas / e a chaga cicatriz
Muito tenho pra fazer / eu preciso ser feliz
Compreendi afinal / que não posso ir de encontro aos meus sentimentos
Pois entendi que ninguém / pode modificar seu modo de ser
É que eu nasci com o samba / no corpo e no sangue
E sendo assim / sem o samba eu não posso viver
Ah, se você entendesse / que você faz parte dos sambas que eu faço
Pois em você eu achei / minha inspiração
Como só ter a você / tendo o samba nos braços
Como eu viver só de samba / se eu tenho você
Ah, se você entendesse / que o nosso problema é fácil de ser solucionado
Toda a certeza eu teria / de felicidade, meu samba sorria
Arranjaria um destaque / para ao meu lado você desfilar
E faria um samba de enredo / só para você cantar
Oh, Bahia / berço da tradição
As suas graças canto em versos / Na minha canção
Dois de fevereiro, festa de Iemanjá / Janaína, Mãe das Águas, a Rainha do Mar
Ô, ô, ô / no bater dos atabaques, repicar dos agogôs
Toda uma raça com fé / vai entoando o refrão de um candomblé
Ataberecê é de yê Iemanjá / Ataberecê aiôbô oromiurixaurelê
Que maravilha / cantos, danças, rituais
Melodias folclóricas / capoeira, seus berimbaus
Dá, dá, dá no nego / No nego você não dá
Dá, dá, dá no nego / No nego você não dá
Filhos de fé e Yaôs / recebem os seus orixás
Os saveiristas, ô / macumba tem muamba / os pescadores
Uma de roda de samba a cantar / Lá iá lá iá láiá láiá láiá
A baiana deu o sinal, leleô baiana / A baiana deu o sinal, leleô baiana
Sobre os clarões das velas / ao traçar de uma cruz
A fé / de um crente que vive ao léu
Deus nos manda luz / como dádivas do céu
Os pretos velhos, caboclos do mar / vêm de Aruanda, ê!
Traz oferendas / para a deusa do mar
Terra cheia de magia / Bahia, oh! Bahia!
Iemanjá, solta meu erê, Iemanjá / Iemanjá, meu erê sombá
O vento que balanças as palmas / é o mesmo que faz o trovão
Espalha a chuva e traz o sereno / acalma a brisa e faz a canção
Vento que faz tempestade / traz calmaria pro meu coração
Vento que arrasta a poeira / que faz o redemoinho
Vento que atiça a fogueira / vento que varre o caminho
Foi o vento forte / que me trouxe um grande amor
Surgiu entre as ondas do mar / o encanto das águas foi quem me mandou
Compadre, como vai você? / Como vão as coisas / e o seu bem-querer?
Eu sei, meu compadre, a vida / eu sei, eu bem presenciava
Sabe, compadre, eu pensava / pela grandeza do amor
Que vocês viveriam uma vida de afinidade
Saiba, compadre, é que a felicidade / não é permanente
E é por isso que eu / procuro viver os momentos presentes
Meu compadre / tristeza é irmã gêmea da alegria
A distância é maior / quando existe saudade
Repare a maré / tem horas de enchentes, tem horas vazantes
Assim como a lua vem quarto crescente / vem nova, vem cheia, vem quarto minguante
Como você vê / tudo, enfim, se transforma
E o amor não é uma exceção
Procure ser forte e ter esperança / que aparecerá uma nova ilusão
Nasci pra lutar / pra sofrer de amor, pra amar
Nasci / pra esperar a peleja do bem
Sim, vim lutar, pelejar / vim sofrer
E vencer / conhecer o amor
Vim amar / pra viver
Cresci e lutei e sofri por amor / eu amei
Cresci / hoje estou na peleja do bem
Sim / eu lutei, pelejei e sofri
E venci / conheci o amor
Eu amei / eu vivi
Rio, suas águas deságuam em meu mar / acalmando suas ondas de amarguras
Rio que me banha / de ilusões e de aventuras
Rio, mês primeiro / correntezas de águas puras
Rio, que atravessa a minha vida / me enchendo de razões para cantar
Rio, as suas águas incontidas / levaram minhas águas de chorar
Rio, em suas margens me descanso / sobre seu leito, eu adormeço
Em seu espelho / vivo a me mirar
Rio, quando lhe bebo, me embriago / quando lhe vejo, me entrego
Por suas águas / sou levado, meu Rio
Rio de janeiro, que a minha sede matou / e levou as minhas mágoas
Rio, sua beleza me encantou / meu Rio
A Bahia vai bem / como vai meu bem-querer?
A Bahia vai bem / obrigado a você
O estado que mais se agiganta / paisagem mais linda do nosso País
Trabalhando com amor e cantando / o povo baiano é um povo feliz